Atitude, aprendiz de filósofo!
Meus nobres leitores, desculpe pelo longo tempo sem posts. Em decorrência das férias, sobretudo, passei um tempo longe das telas de computador - um descanso, oras! Estrategicamente, resolvi voltar no dia 16 (como vocês perceberam), pelo fato do Dia do filósofo.
Publico hoje um trecho de um interessante texto, contido no livro "Convite a Filosofia", da professora Marilena. Ótima sugestão para aqueles que estão iniciando (ou progredindo!) na arte do filosofar.
Grande abraço!
A atitude filosófica - Marilena Chauí Imaginemos, agora, alguém que tomasse uma decisão muito estranha e começasse a fazer perguntas inesperadas. Em vez de “que horas são?” ou “que dia é hoje?”, perguntasse: O que é o tempo? Em vez de dizer “está sonhando” ou “ficou maluca”, quisesse saber: O que é o sonho? A loucura? A razão? Se essa pessoa fosse substituindo sucessivamente suas perguntas, suas afirmações por outras: “Onde há fumaça, há fogo”, ou “não saia na chuva para não ficar resfriado”, por: O que é causa? O que é efeito?; “seja objetivo ”, ou “eles são muito subjetivos”, por: O que é a objetividade? O que é a subjetividade?; “Esta casa é mais bonita do que a outra”, por: O que é “mais”? O que é “menos”? O que é o belo? Em vez de gritar “mentiroso!”, questionasse: O que é a verdade? O que é o falso? O que é o erro? O que é a mentira? Quando existe verdade e por quê? Quando existe ilusão e por quê? Se, em vez de falar na subjetividade dos namorados, inquirisse: O que é o amor? O que é o desejo? O que são os sentimentos? Se, em lugar de discorrer tranqüilamente sobre “maior” e “menor” ou “claro” e “escuro”, resolvesse investigar: O que é a quantidade? O que é a qualidade? E se, em vez de afirmar que gosta de alguém porque possui as mesmas idéias, os mesmos gostos, as mesmas preferências e os mesmos valores, preferisse analisar: O que é um valor? O que é um valor moral? O que é um valor artístico? O que é a moral? O que é a vontade? O que é a liberdade? Alguém que tomasse essa decisão, estaria tomando distância da vida cotidiana e de si mesmo, teria passado a indagar o que são as crenças e os sentimentos que alimentam, silenciosamente, nossa existência. Ao tomar essa distância, estaria interrogando a si mesmo, desejando conhecer por que cremos no que cremos, por que sentimos o que sentimos e o que são nossas crenças e nossos sentimentos. Esse alguém estaria começando a adotar o que chamamos de atitude filosófica.
Danilo, com certeza a professora Marilena Chauí tem razão ao propor a troca de perguntas corriqueiras por perguntas que fariam a diferença no nosso modo de viver, mas no próprio texto ela diz que para o funcionamento de tal, o afastamento seria um bom caminho. Só uma coisa me intriga, quando conhecemos, entedemos melhor algo que vivemos melhoraria a nossa vida ou talvez perceberíamos que vivemos de senso comum.E aí fica uma pergunta, perceber que se vivia de sensos comuns vai te aproximar de quê???Grande Abraço...Visitarei mais vezes....
ResponderExcluirCaro Renan, para que possamos transcender qualquer estágio, primeiramente devemos tomar consciência deste. Tomando como base este pressuposto, para que nos livremos de um senso comum irrefletido deveríamos nos conscientizar deste.
ResponderExcluirPense, como analogia: só sabemos que estamos errados quando ou alguém nos fala ou percebemos. Ora, de um e de outro modo há "tomada de consciência".
Deste modo, ir além do senso comum é viver uma vida mais crítica, não de acordo com o imperialismo das aparências.