O jeitinho brasileiro...
Por definição: o “jeitinho”
brasileiro representa, em uma expressão de fácil entendimento, a
malandragem histórica do nosso povo. Malandragem com a qual temos contato desde
pequenos e ouvimos constantemente nos meios de comunicação e, indiretamente,
presenciamos nos atos das pessoas. Há quem tenha orgulho do “jeitinho”, que por
ser tão comum, até prefiro omitir as aspas. No entanto, a idéia do malandro
está associada à esperteza, como se houvesse algo de esperto em dizer “odeio político ladrão, mas se estivesse no
poder, também roubaria”. O cidadão heroicamente afirma que tem orgulho
de ser brasileiro e por isso naturalmente faz uso do jeitinho, mas não percebe
que esta “marca nacional” é uma das impulsoras do nosso regresso.
Esses dois últimos anos foram marcados pela corrupção
explícita. A dúvida que fica é se vamos assistir a mais momentos corruptos ou
se veremos esse câncer se extinguir. De fato, a corrupção não vai acabar, ela é
inerente a todos os povos. E não é difícil de imaginar que não são apenas nós
que somos ‘espertinhos’. No mundo, há muitos outros povos que também seguem a
mesma linha de conduta individualista que seguimos, todavia há lugares onde
isso é minimizado. Por quais motivos? Talvez uma melhor eficiência da Justiça
ou uma boa consciência coletiva. É difícil definir porque o jeitinho é um
fantasma abstrato que nos rodeia, mas traz problemas bem concretos.
Na prática, o jeitinho é uma
maneira da pessoa se colocar entre o certo e o errado. Ela sabe que o que está
fazendo não é moralmente correto, mas perdoa a si mesmo porque também sabe que
estará saindo na vantagem.
Assim, qualquer transgressão é justificada, e a pessoa vai vivendo seguindo a
Lei de Gérson: “O importante é obter vantagem em tudo”.
Uma reflexão ética demanda esforço e tempo... que tal pensarmos um pouco, dentro da sala de aula, acerca das implicações do tal "jeitinho brasileiro"? É uma ótima maneira de fornecermos aparato crítico para nossos alunos!
ResponderExcluirEssa explicação deveria estar dicionarizada no verbete "jeitinho". Muito bom, Danilo!
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