E o que você faria?
"O que você faria se só te restasse esse dia. Se o mundo fosse acabar. Me diz, o que você faria?". A música que abre esse post, imortalizada na voz de Paulinho Moska, hoje me acordou. E não somente pelo seu alto volume, tocado por algum carro às seis da manhã. Mas pelo seu conteúdo. Mas vou alterar suas premissas.
O que você faria se só te restasse uma vida? Bem, isso mesmo. Nada de concepções religiosas por aqui. Estou a falar de matéria, do aqui-agora. Sei que tenho uma vida. Outras? Vá saber.
Você, ser humano sentado ou deitado (incluirei os eretos também), lendo tais linhas frias. As vezes me perturba o fato das pessoas acreditarem ser, tais como entidades gregas, imortais. Uma mescla de tempo e espaço infinitos. Desperdiçam aquilo que há de mais gratificante, a ''gratuidade'' da vida, em prol de... de algo?
Ontem, enquanto atendido numa agência bancária, recebi uma gerente extremamente amargurada. Educação não é regra a todos, então não me incomodei (tanto). Suposição: provavelmente tinha estudado para um concurso, feito uma festa depois de ter conseguido o almejado emprego. E agora lá está, inerte, tendo castrado alguns sonhos de infância e adolescência, disparando seu mau humor aos clientes - que não tem culpa. São tão vítimas dos banqueiros quanto ela. Nada de ressentimentos. Mas, sobretudo, as pessoas são vítimas de si mesmas. Das escolhas que fazem.
Mas por que não há ressentimentos? Porque estou onde almejei estar. Dei vazão em fazer aquilo que gosto, lutar pelos meus sonhos, viver minha vida. Ser e estar no MEU mundo, aquele que criei. E, de forma alguma passa pela minha cabeça castrar minha individualidade em prol de um lugar onde não gostaria de estar.
Voltemos à (subversão) da música: você está onde gostaria de estar? Se a resposta for não, vai desperdiçar sua única vida?
Um ps final: não conheço a gerente. Sei nome, mas conhecer transcende um vocábulo. Por isso mesmo não a acuso (e que sou eu?). Esse post é dedicado aqueles que fazem o que gostam. Ou aqueles que querem transcender uma cadeira fria, a qual está sentado, e que de fato não gostariam de estar. (hoje não falarei de capital. Ainda acredito que minha vida transcende a entrega a ele).
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