Sobre o que não podemos falar?
Muito se proclama, com ares de um absolutismo velado, que religião, política e futebol não se discutem. Porém, sinto-lhes dizer, discordo totalmente.
É justamente pelo tratamento não crítico destes três âmbitos que continua-se a matar em nome da fé; a agredir em nome desse esporte; e a proliferar a corrupção.
É pelo comodismo da ''não discussão'', da assistematicidade, que subverte-se o "amai-vos uns aos outros" para o "amai-vos os semelhantes, somente"; que o esporte cunhado de "paixão nacional" pega para si o vocábulo latino paixão e iguala-se, como na etimologia, ao sofrimento; que a política é colocada de lado (em detrimento da novela, do espetáculo) e sustentamos a inércia da mudança.
Eu, mero servo das ideias, proclamo (embora sem o mesmo absolutismo dos citados no início do post, para não cair no erro da intolerância): discutam! 'Sê' humano. A nossa grandeza, atestava Pascal, reside no pensamento.
Boas reflexões.
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