O Silêncio de Arnaldo Antunes


Os alunos da oitava série do Colégio Cenecista Márcio Paulino ficaram responsáveis pela reflexão suscitada pela letra abaixo. Eles estão começando a analisar criticamente a mídia - os conceitos relacionados, os meios comunicativos, o consumismo, a ideologia... Vamos acompanhar um pouco dessa análise!

Selecionei 2 trabalhos para exposição no nosso blog - embora tenhamos ótimos trabalhos na sala (8ªB). Parabéns a todos!

O Silêncio - Arnaldo Antunes/ Carlinhos Brown

Antes de existir Computador existia a tevê
antes de existir tevê existia luz elétrica
antes de existir luz elétrica existia bicicleta
antes de existir bicicleta existia enciclopédia
antes de existir enciclopédia existia alfabeto
antes de existor alfabeto existia a voz
antes de existir a voz existia o silêncio
o silêncio

Foi a primeira coisa que existiu
o silêncio que ninguém ouviu
astro pelo céu em movimento
e o som do gelo derretendo
o barulho do cabelo em crescimento
e a música do vento
e a matéria em decomposição
a barriga digerindo o pão
explosão de semente sobre o chão
diamante nascendo do carvão
homem pedra planta bicho flor
luz elétrica tevê computador
batedeira liquidificador
vamos ouvir esse silêncio meu amor
amplificado no amplificador
do estetoscópio do doutor
no lado esquerdo do peito esse tambor

"Silêncio - algumas vezes mórbido, algumas vezes conveniente; mas sempre presente, desde que mundo é mundo... antes de qualquer tipo de comunicação ou tecnologia. O silêncio muda, junto com as formas de pensar e ser das pessoas, acarretando maiores e menores consequências - na forma de vida da população.
A comunicação muitas vezes não é contrário de silêncio: é o complemento deste, fazendo com que um simples gesto possa vir a ser a maior prova de amor ou a maior desavença."

(Bruna Xavier, Ana Carolina, Ana Luiza, Flávia Cabral e Macella Rezende 8ªB).


"Antes de tudo existir havia o silêncio - onde tudo e nada podia ser ouvido. Mas depois que surgiu a voz todo o som que se ouvia tornou-se mudo - inexistente.
Desde então começam a existir novas coisas, que cada vez mais deixa o silêncio como forma que acaba - a cada segundo. Dessa forma o autor volta no tempo, mostrando que o silêncio era bom - já não podemos mais escutar o que era escutado. Tudo altera - quando não temos o silêncio como companheiro."

(Lucas Leite e Junior de Oliveira Maciel 8ªB).

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